Quer ser Voluntário no exterior? Torne seu sonho realidade com esses 7 passos

Se você estiver lendo essa publicação, aposto que deseja viajar e está decidindo o que fazer sobre isso. Talvez você tenha um emprego gratificante, mas seu chefe ou a natureza do trabalho não permite que tenha tempo livre para buscar oportunidades do exterior. Ou talvez você esteja procurando um emprego e se perguntando se será um passo viável ter uma oportunidade de emprego no exterior.

Meu desejo em ser voluntária no exterior surgiu no ano que me formei na faculdade, mas somente quando fui demitida pela terceira vez depois de quatro anos foi que decidi dar prioridade a esse sonho. Eu amava meu trabalho com marketing, mas ficava me perguntando como minhas habilidades de comunicação poderia me ajudar a promover o empoderamento dos jovens. Também queria saber como era lidar com a vida morando em um lugar totalmente diferente por mais do que algumas semanas, o que eu não fazia desde o tempo da faculdade, quando estudei no exterior.

A realização destes objetivos pessoais me levou a uma oportunidade de ensinar em um país em que eu sabia muito pouco: o Camboja. Depois de passar três meses conhecendo a capital de moto, aprendendo Khmer, tomando banho frio e o mais importante trabalhando próximo a 46 mulheres jovens na faculdade, tudo isso me ajudou não só a desenvolver habilidades para trabalhar com os jovens, mas também a ganhar uma visão interna de um país e cultura que me ajudou a moldar minha visão sobre minha criação e sobre as oportunidades. Apesar dos altos e baixos, minha experiência como voluntária valeu cada segundo.

Ainda está em dúvidas se o voluntariado no exterior é a opção certa para você? Aqui estão alguns passos para considerar para tomar essa decisão:

Defina suas metas

Depois de ter uma noção do que está por trás do seu desejo de viajar para o exterior, se torna mais fácil restringir as opções.

O que te agrada no voluntariado no exterior? Sua prioridade é sair de sua zona de conforto? Então escolha um lugar no qual não saiba de quase nada. Ficará surpreso com a rapidez com que aprende sobre o lugar quando não sabe quase nada sobre ele. Sua motivação é a oportunidade de viajar? Considere um lugar que seja mais viável para viajar. Se sua grande preocupação for o orçamento, use uma calculadora de custos de viagem para selecionar uma região onde os custos estejam dentro de sua faixa de preço. Se o conforto físico durante a viagem for o mais importante, considere escolher um lugar com acesso à água quente e alimentos conhecidos.

Está somente interessado em ajudar os outros? Procure projetos onde pode fazer uso de suas melhores habilidades. Por exemplo, se você for excelente em planejamento financeiro, um envolvimento que lhe permitirá oferecer esses serviços voluntariamente pode ser gratificante (no entanto, considere que cada lugar tem um estilo de trabalho diferente e esteja preparado para ajustar seus hábitos e perspectivas para se alinhar com o lugar onde deseja ir). Quanto tempo está disposto a se dedicar? Períodos mais longos permitem mais flexibilidade para planejar e executar projetos, enquanto períodos mais curtos podem ser mais adequados ao seu orçamento.

Por fim, prefere ficar sozinho ou em um grupo? Existem várias oportunidades para ambas as opções, e essa preferência pode ter um efeito profundo na sua experiência. A oportunidade de três meses que eu encontrei foi perfeita, pois eu tive tempo para construir relacionamentos significativos com meus alunos, pude fazer um orçamento para isso com a renda que eu tinha e, como eu era a única voluntária americana no dormitório, fui forçada a mergulhar de cabeça em uma cultura totalmente diferente da minha.

Conheça seus medos

Parece que um dos principais fatores para que as pessoas não deem o primeiro passo para viajar ou fazer trabalho voluntário no exterior é o medo: medo de ficar sozinho no estrangeiro, medo de não encontrar um emprego ao voltar, medo de que a experiência não funcione com o planejado e o (meu) medo de ficar sem dinheiro (veja o ponto 4 para saber das dicas de orçamento que funcionaram comigo). Esses medos são realmente bons, e é uma parte crítica do processo de tomada de decisão. Sem eles, a decisão final de ir para o exterior não seria tão gratificante.

Além de ter que lidar com os próprios medos, você provavelmente enfrentará os medos das pessoas próximas. Minha família estava muito preocupada com minha segurança pessoal quando informei que passaria o fim do ano morando no Camboja. Durante oito meses antes da viagem, eles me fizeram milhares de perguntas sobre segurança: Como seria minha locomoção com o transporte? Como são os hospitais? Como é o clima político? Quem cuidaria de mim se eu adoecesse? Para resolver essas perguntas e evitar que eles acabassem com minha motivação, pesquisei muito sobre como era a vida em Phnom Penh, usando várias fontes, incluindo sites de notícias e blogs de expatriados e moradores da cidade. Com essas informações, consegui conversar com minha família sobre os riscos.

Eu também fiquei mais tranquila em saber que estava passando por uma organização que estava atualizada com os acontecimentos políticos e me ajudaria fornecendo quaisquer recursos que eu pudesse precisar caso aparecesse qualquer outro tipo de emergência. A organização prioriza a segurança dos voluntários, e confiar neles foi a melhor forma de superar minhas dúvidas. Por fim, eu compilei uma lista de perguntas que refletiam minhas preocupações e entrei em contato com um ex-voluntário. Em apenas uma única ligação de uma hora, conseguimos resolver todas as minhas dúvidas persistentes, o que me deixou ainda mais confiante de que essa escolha seria uma experiência segura e gratificante.

Pesquisa

Quando mais informado você estiver sobre as opções de voluntariado no exterior, mais confiante você estará para realizar essa meta. Muitas vezes, eu navegava por oportunidades de voluntariado no Idealist e buscava as mídias sociais das organizações para aprender mais. Eu procurava especificamente por recursos de voluntariado, que incluíam informações como disponibilidade de bolsa, o número de pessoas que se voluntariam ao mesmo tempo, as tarefas de voluntariado, os arranjos sobre moradia e muito mais. Essas informações podem estar prontamente disponíveis nos sites das organizações ou podem estar escondidas em sites como blogs pessoais dos voluntários. Também é possível entrar em contato com alguém na organização para fazer perguntas. Ao pesquisar, considere essas excelentes dicas de Shannon O’Donnell do blog A Little Adrift sobre como ser voluntário eticamente em qualquer lugar do mundo.

Se você encontrar uma organização que goste no Idealist, conecte-se com ela como fã. Quando me deparei com a Harpswell Foundation, imediatamente me conectei como fã, porque eu vi que o fundador falou com minha alma mater quarto anos antes. EM algumas horas, o fundador entrou em contato comigo por meio do Idealist e pediu que eu me candidatasse para ser uma Residente de Liderança. Depois de entrevistar um ex-voluntário e revisitar meus objetivos pessoais para a experiência, percebi que a Harpswell era uma opção excelente para mim. Comprometi-me com um voluntariado pelo período de três meses no final do ano, que me permitiu ter oito meses para fazer os preparativos para ir.

Orçamento e economia

Depois de ter uma ideia de onde quer ir e o que quer fazer, você está pronto para dar o primeiro passo para tornar sua ideia realidade. Para elaborar meu orçamento para o Camboja e as viagens seguintes, revisitei aquela calculadora de custos de viagem para ter um número inicial em mente para os cursos diários, então calculei variáveis como custo mensal em transporte que receberia como voluntária. Também entrei em contato com um ex-voluntário para perguntar sobre os gastos.

Para mim, era essencial que eu tivesse certos gastos cobertos, como por exemplo, moradia e alimentação. Sabendo que minhas necessidades básicas seriam atendidas, isso me ajudou a definir metas realistas para economizar o necessário para a passagem aérea e despesas adicionais “divertidas”, como viagens pela região. Nessa situação, mesmo que eu não conseguisse alcançar minhas metas de economia, ainda conseguiria ir. Se você precisa de um acordo semelhante, tenha certeza de conhecer os custos e remuneração disponíveis conversando com a organização e, se possível, garantindo o acordo financeiro por escrito.

Ao criar seu orçamento, é fundamental que seja honesto sobre seus hábitos de gastos. Você é viciado em café? Então provavelmente continuará sendo viciado em café, então inclua esse custo no seu orçamento diário. Depois de ter um número total aproximado em mente, dobre ele. Não estou brincando. Qualquer coisa que estimar será muito pouco e você nunca sabe que oportunidade irresistível vai surgir.

Com sua nova meta de economia, abra uma conta bancária específica apenas para seu fundo e viagem e comece a acompanhá-la on-line. Uma das minhas favoritas é usar a função de meta da mint.com. Descobri que ao contribuir com pequenas quantias consistentes para essa conta, consegui me manter motivada a continuar economizando e eu verificava a conta com frequência para ver meu progresso.

Por fim, seja implacável ao atingir sua meta de economia. Quais custos você pode cortar? (Você pode cozinhar mais em casa? Virar vegetariano para economizar em compras? Compartilhar o carro ou ir de bicicleta?) Existem maneiras de aumentar sua renda? Eu cuidei de crianças, trabalhei como freelancer, cozinhei para um amigo e morei com a família para ter uma renda extra. Todo esse dinheiro “extra” foi direto para meu fundo de viagem até que o valor de minha meta fosse atingido.

Arrecade fundos se precisar

Outra opção excelente para aumentar o valor de sua meta é criar uma campanha de financiamento coletivo. Existem muitos sites por ai, mas os meus favoritos são Indiegogo e FirstGiving. O VolunteerForever é um site mais novo que se dedica exclusivamente a financiar projetos de voluntariado. Se seu projeto envolve um componente artístico, o Kickstarter também é uma ótima opção. Eu o incentivo a navegar em cada um deles para ter inspiração e ver projetos que podem ser semelhantes ao seu. Também recomendo muito usar os recursos de cada site para aprender sobre estratégias específicas para criar e promover sua campanha. Não mergulhe em uma campanha sem preparação. Sua campanha exigirá previsão e estratégia para ser bem-sucedida. Steven Weddle da VolunteerForever escreveu um excelente texto sobre mitos de financiamento coletivo para voluntariado no exterior aqui, que lhe dará uma noção das estratégias a serem consideradas ao elaborar sua campanha.

Ao procurar a melhor plataforma de financiamento coletivo para seu projeto, considere essas perguntas:

• Quais tipos de projetos são mais bem-sucedidos neste site? (tecnologia, arte, causas, educação, etc.?).
• Quanto dinheiro eu preciso arrecadar e qual site tem valores de meta semelhantes?
• Qual é o alcance desta plataforma? (ou seja, quantos seguidores nas redes sociais ela possui e qual é sua reputação?).
• Qual a probabilidade de minha campanha ser escolhida e promovida pelo site, e quais etapas preciso seguir para preparar minha campanha para promoção?
• Existe um site para o qual minha rede pessoal teria mais probabilidade de contribuir do que outro?
• Qual valor de comissão que o site de financiamento coletivo cobra?
• Quão fácil é usar o site para mim?
• Quais recursos estão disponíveis para mim enquanto crio minha campanha neste site? (para mais perguntas para refletir, confira este artigo).

Quando sua campanha estiver concluída, você não apenas terá arrecadado mais fundos, mas também terá desenvolvido uma habilidade valiosa que poderá divulgar para futures empregadores ou usar em projetos pessoais.

Conexões

Uma das partes mais incríveis de viajar por um longo período, para mim, foi conhecer tantas pessoas com ideias semelhantes, ambiciosas e curiosas. Mas você não precisa esperar até estar na Estrada para se conectar a outras pessoas. Há uma rede fantástica de viajantes e voluntaries no X (antigo Twitter), Instagram e na blogosfera, só precisa começar a vasculhar essas redes e seguir pessoas que fazem viagens que te inspiram. (John Kidly, Further Bound e Hecktic Travels são alguns dos meus favoritos recentes). Um ponto positivo: ao começar sua jornada poderá descobrir que você e seus amigos virtuais estão no mesmo lugar!

Planeje os mínimos detalhes

Embora eu não tivesse um plano de emergência ou de saída antes de ir para o Camboja, eu estava ciente de minhas opções caso minha experiência não desse certo. Certifiquei-me de ter fundos suficientes na minha conta bancária para uma passagem de volta para casa. Também tinha informações de contato de várias pessoas dentro da organização, incluindo o coordenador dos voluntários, um membro do conselho e o fundador. Caso eu tivesse um problema com a própria organização e precisasse de uma opinião externa, eu já tinha criado uma rede de ex-voluntários e sabia que podia entrar em contato com vários amigos próximos.

Se houver uma emergência no seu país anfitrião, é sempre uma boa ideia saber onde fica sua embaixada. Você também pode se inscrever para receber alertas da Embaixada Americana aqui. Para emergências médicas, você deve ter um seguro viagem e uma noção de como os problemas médicos são tratados no seu país anfitrião. (Quem você deve contatar primeiro? Onde estão os hospitais? Como você chega lá?) Depois de ter um conhecimento prático de como lidar com uma situação de emergência, se ela surgir, você se sentirá mais preparado para sair.

Agora vá!

Com sua meta de economia, o incentive de outros viajantes ao redor do mundo e um plano bem pesquisado, está tudo pronto para você ir. Entre no avião e viva sua experiência ao máximo!

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Sobre a autora | Shannon Yarbrough é especialista em mídia interativa que acredita que a educação e a tecnologia acessíveis mudarão o mundo. Ela voltou recentemente de um voluntariado em Phnom Penh, Camboja, na Harpswell Foundation, um centro de liderança para mulheres cambojanas na faculdade. Conecte-se com a Shannon no X, Instagram, Pinterst e thegreenchest.com

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• Tradução: Claudia Peruto (perutoarolla@gmail.com)

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