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Na aula, Marcelo Estraviz explora a evolução da captação de recursos no Brasil, destacando as diferenças entre o contexto nacional e internacional, e a importância de profissionalizar essa atividade. Ele discute os desafios enfrentados, como a dependência de projetos específicos e a falta de uma base sólida de apoio local, e enfatiza a necessidade de ter captadores dedicados exclusivamente a garantir a sustentabilidade das organizações sociais por meio da diversificação das fontes de financiamento.

Marcelo destaca que há uns 20 anos, a função de captador de recursos era praticamente inexistente no Brasil. Quando a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) foi criada, começou-se a debater o termo "fundraising" e optou-se por "captação de recursos" para padronizar. As grandes organizações já tinham departamentos de captação inspirados em modelos internacionais, mas para as menores, isso ainda era novidade nos anos 90. Com as leis de incentivo à cultura, começou-se a definir essa função, inclusive com pagamento por comissão para quem conseguia trazer recursos de empresas.

A visão pessoal de Marcelo, e o motivo pelo qual quis criar um código de ética para a associação, era diferenciar o modelo baseado em comissão, comum na área cultural, do modelo que se queria desenvolver para o setor social. A lógica da comissão funciona bem quando se está vendendo algo, como iogurtes, mas no terceiro setor, que financia organizações e não apenas projetos, a coisa complica. As ONGs precisam de financiamento constante, não só dinheiro para projetos específicos.

No final dos anos 90 e início dos 2000, Marcelo começou a argumentar pela criação de departamentos de captação de recursos nas organizações, focados em trazer dinheiro e aliados para sustentar não só projetos, mas também o custeio regular da organização.

A questão é: por que o Brasil sempre parece diferente? Marcelo lembra que, há 30 anos, o Brasil ainda era visto como um "país de terceiro mundo", muito dependente de cooperação internacional para financiamento. Muitos gestores viajavam pela Europa, garantindo recursos que sustentavam suas organizações pelo resto do ano. Esse modelo focava mais na ação social direta e menos na ampliação de aliados e defensores da causa no Brasil.

Naquela época, começou-se a chamar a função de "desenvolvimento institucional" porque soava melhor e abrangia mais do que apenas captar dinheiro; envolvia também crescer a organização em recursos e aliados. Mas, no fundo, a essência sempre foi a mesma: uma pessoa dedicada 100% do tempo a trazer recursos e desenvolver eventos para financiamento.

Na próxima aula, Marcelo vai explicar mais sobre como essa função não deve ser misturada com outras atividades dentro da organização, como desenvolver projetos técnicos. O captador é especialista em conseguir dinheiro, não em escrever projetos. Isso é trabalho para a equipe técnica.

Foto Marcelo Estraviz
Central de Captação de Recursos

Aulas do Estraviz

Aulas de captação de recursos do Marcelo Estraviz, parceiro de conteúdo da Idealist e uma das principais referências brasileiras no assunto.

Acesse mais desse conteúdo e outros na Central Idealista de Captação de Recursos.

Resumão:

Abaixo, segue um resumo da aula, organizado em itens para facilitar a compreensão:

1. Evolução da Captação de Recursos no Brasil:

  • Antes de 2000, a profissão de captador de recursos mal existia no Brasil.
  • A criação da Associação Brasileira de Captadores de Recursos reflete a necessidade de formalizar e consolidar essa atividade.

2. Diferenças entre Contexto Nacional e Internacional:

  • Enquanto em países mais desenvolvidos a captação de recursos já era uma prática estabelecida, no Brasil ainda havia incertezas e falta de reconhecimento.
  • A dependência histórica da cooperação internacional influenciou o modelo de captação no país.

3. Desafios da Captação de Recursos no Brasil:

  • O modelo de comissionamento, comum na área cultural, não se adequava às necessidades das organizações sociais.
  • A dependência de projetos específicos limitava a sustentabilidade das organizações, que necessitavam de recursos para operações regulares.

4. Importância da Função do Captador:

  • O captador desempenha um papel fundamental na diversificação das fontes de financiamento das organizações sociais.
  • Sua atuação visa não apenas a captação de recursos, mas também o envolvimento da comunidade e a construção de uma base sólida de apoio local.

5. Função Específica do Captador:

  • O captador não deve se envolver na redação de projetos técnicos, mas sim focar em atrair recursos financeiros.
  • Sua expertise está na busca de recursos e aliados para a organização.

6. Necessidade de Planejamento Estratégico:

  • É essencial que as organizações reconheçam a importância de ter um profissional dedicado exclusivamente à captação de recursos, que deve ser uma atividade cotidiana e estratégica para as organizações sociais.
  • Recomenda-se que o captador não se envolva diretamente na elaboração técnica de projetos, focando em sua especialidade de captação de recursos.

Resumindo, a aula destaca a evolução e os desafios da captação de recursos no Brasil, ressaltando a importância da função do captador e a necessidade de um planejamento estratégico para garantir a sustentabilidade das organizações sociais.

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Empreendedor, filantropo e escritor, é fundador e ex-presidente da ABCR. Autor de diversos livros. Criador do Selo Doar, do Prêmio Melhores ONGs, do Instituto Doar, do #diadedoar e de diversas iniciativas sociais. Capacitou e mentorou milhares de pessoas no Brasil e América Latina. É sócio diretor da Certificadora Social.