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An illustrated hand holds out a piece of paper while another hand writes on it.

Você está tentando levantar recursos para um projeto comunitário? Ou talvez você esteja buscando uma forma de financiar uma nova iniciativa em sua ONG? Para ambas as opções, o financiamento coletivo é uma opção a se considerar.

No financiamento coletivo você levanta fundos ao mesmo tempo que divulga sua causa ou organização. Trata-se de obter pequenos aportes financeiros de muitas pessoas (daí o nome "crowdfunding", financiamento pela multidão, em inglês). Para campanhas pequenas, é muito provável que seus financiadores sejam amigos e pessoas da família. Em campanhas que viralizam, é possível ter milhares de pessoas colaborando e levantar uma boa quantia.

Algumas coisas a considerar

Embora o financiamento coletivo seja uma boa alternativa à captação de recursos tradicional, existem prós e contras a se avaliar antes de se iniciar uma campanha. 

Usar uma plataforma de financiamento coletivo vai te ajudar a centralizar a comunicação para todos os doadores, possibilitando o envio de atualizações e informações sobre sua campanha. Pode ser que sua campanha viralize, expondo a sua causa para outras pessoas potencialmente interessadas em ajudar. As campanhas mais bem sucedidas são aquelas que causam um efeito em rede, com colaboradores ajudando a divulgar e arregimentar novos colaboradores.

Embora não haja um custo inicial para se lançar uma campanha, é bem provável que você tenha que pagar algum percentual sobre a arrecadação para a plataforma ou ao menos para cobrir os custos de transação do cartão de crédito ou outra forma de pagamento. Assim, não há um risco financeiro envolvido com a campanha. No entanto, prepara-se para dedicar bastante tempo e energia na campanha. Levando isso em conta e embora opcional, considere também se vale a pena reservar algum investimento inicial para a divulgação e criação de conteúdo para a campanha.

Fique ligado que nem todas as campanha são bem-sucedidas e são raras aquelas que viralizam. Planeje realisticamente uma meta de arrecadação e o quanto de tempo, dinheiro e energia está disposto a investir. Nem sempre essa conta fecha.

Tipos de Financiamento Coletivo

Hoje em dia, existem vários tipos e nichos de financiamento coletivo. É possível realizar campanhas para receber doações com ou sem recompensa, adquirindo participação no projeto (equity crowdfunding) ou em seus resultados (royalty crowdfunding) ou como se fosse um empréstimo, gerando uma dívida a ser paga futuramente.

De uma forma geral, você também encontrará os formatos recorrentes, "tudo ou nada" e flexíveis.

  1. No financiamento coletivo recorrente, o doador concorda em realizar um aporte financeiro mensal para o projeto. Essa modalidade é perfeita para quando se quer financiar o custo operacional (aluguel, salários, etc.) ou variável recorrente (compras que se repetem todo mês) de um projeto. Também faz sentido ao se pensar no mantenimento de um indivíduo que se dedica recorrentemente a uma atividade.
  2. O "tudo ou nada" estabelece uma meta de arrecadação e só se concretiza ao se atingir essa meta. Caso contrário, o dinheiro é devolvido aos doadores. Essa modalidade é muito útil quando o projeto não pode ser fracionado ou ter sua escala adaptada. Por exemplo, para se comprar um equipamento, será necessário todo o recurso, do contrário não é possível sua aquisição.
  3. Finalmente, o financiamento flexível é uma modalidade de aporte pontual que independe do montante arrecadado. É interessante para aqueles casos em que o projeto acontecerá independente do resultado da campanha mas que no entanto toda a ajuda é bem-vinda.

Agora que já sabemos um pouco sobre o que é e como funciona o financiamento coletivo, apresentamos as principais plataformas de língua portuguesa e suas características.

Plataformas de Financiamento Coletivo do Brasil

Abaixo você encontra uma lista de plataformas para financiamento coletivo. Cada uma delas tem custo, público e características diferentes. Essa lista será atualizada periodicamente. (Para sugerir atualizações: ola@idealist.org.)  

  • Abacashi - A plataforma abacashi cobra uma taxa fixa de 6% e uma micro-tarifa variável (R$ 0,30) por contribuição, sendo assim uma opção bem econômica sobretudo para pequenas doações.
  • Benfeitoria - Uma das líderes e pioneiras do mercado, possui taxa flexível (pague o que quiser). Outro diferencial dessa plataforma são as parcerias institucionais que permitem "matchfunding" (ao arrecadar algum valor, você levará o dobro ou até mesmo o triplo do valor arrecadado)
  • Catarse - Também é uma das pioneiras no Brasil, com início em 2011. Embora recebam vários tipos de projetos, o foco é nas áreas de arte, cultura, ciência, ativismo e empreendedorismo.
  • Evoé - Aceitam projetos aprovados pela Lei de Incentivo à Cultura (antiga Lei Rouanet).
  • Kickante - Uma das maiores plataformas no Brasil.
  • Vakinha - Realiza vaquinhas online, sobretudo para indivíduos passando por dificuldades e necessitando de assistência.
  • Voaa - Os projetos nessa plataforma são publicadas no site de boas notícias Razões Para Acreditar.

Financiamento Recorrente

As plataformas Benfeitoria, Catarse e Kickante também tem modalidades de financiamento recorrente. As plataformas abaixo, embora também possibilitem a doação pontual, tem grande foco em contribuições recorrentes.

  • Apoia-se - É a maior plataforma de doações mensais no Brasil. A taxa para contribuições pontuais é flexível. Também permite uma modalidade por "criação".
  • BSocial - É uma plataforma de doações para organizações sem fins lucrativos com validação pelo IDIS e relatório de impacto produzido pelo Instituto Phi.
  • Padrim - Financiamento recorrente de artistas e autores.
  • Unlock.fund - É uma plataforma independente desenvolvida para possibilitar a cobrança recorrente de valores. Não há cobrança de taxas mas também não há assistência técnica.

Plataformas de Financiamento Coletivo de Portugal

Como Portugal utiliza o Euro e está integrado na União Européia, é possível utilizar outras plataformas europeias sem ter que lidar com conversão de valores.

  • PPL é a maior plataforma de financiamento coletivo em Portugal
  • Raize é uma plataforma de equity crowdfunding para pequenas e médias empresas.

Plataformas na África Lusófona

Até o presente momento não conseguimos identificar nenhuma plataforma de financiamento coletivo própria dos países de língua portuguesa da África. A recomendação nesse caso é utilizar alguma plataforma de fora e que utilize meio de pagamento capaz de ser resgatado em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial ou São Tomé e Príncipe.

Veja a lista das plataformas em inglês e espanhol e quais podem ser usadas em seu país. Abaixo listamos algumas que nos pareceu interessantes:

  • Airfunding é uma plataforma com foco global e site em múltiplas línguas, inclusive o português. Seu projeto será traduzido para 17 idiomas diferentes. Não precisa se preocupar com barreiras linguísticas!
  • Global Giving é uma plataforma com foco em doações internacionais e que realiza uma pré-checagem aos projetos cadastrados, gerando maior credibilidade para os projetos. Ao publicar nesta plataforma, sua campanha automaticamente estará publicada também na sessão de doações da plataforma idealista. Além disso, os doadores americanos recebem incentivos fiscais para tal.

Uma alternativa interessante é se conectar com uma ONG ou grupo de pessoas de outros países para se fazer uma captação local, utilizando-se as plataformas locais, e depois transferir o recurso arrecadado por meios tradicionais.

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Assim que tiver publicado sua campanha, não deixe de compartilhar gratuitamente aqui na plataforma do idealist.org.

E você, tem alguma dica ou quer compartilhar algo sobre financiamento coletivo? Envie uma mensagem para ola@idealist.org. Queremos ir sempre atualizando essa página!

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Renato Orozco é Diretor para a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) no idealist.org. Além de escrever aqui, você também conhece algumas de suas ideias no canal do Youtube Idealismo e Transformação Social.